SIAT – Gravidez Segura

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Febre Amarela

O grande problema da febre amarela durante a gravidez, além do risco de morte materna, é a presença da hipertermia. Outra preocupação no momento, no Brasil, é o da vacinação durante a gravidez. Abaixo estão informações sobre este assunto.

Vacina contra febre amarela

A vacina da febre amarela é uma vacina preparada a partir de um vírus vivo, atenuado, sendo que a febre amarela é uma doença infecciosa severa com alta morbidade e mortalidade. O risco da vacina para a saúde embrio-fetal é desconhecido e, portanto, o American College of Obstetricians and Gynecologists classifica a vacina como contra-indicada na gestação, exceto se a exposição da gestante em áreas endêmicas é inevitável. Há um relato de 1993 descrevendo o uso desta vacina (cepa 17D) em 101 mulheres nigerianas que se encontravam em diversos estágios de gestação (4% no 1º trimestre, 8% no 2º trimestre e 88% no 3º trimestre de gestação) e, por este estudo, nenhuma evidência foi encontrada da passagem transplacentária do vírus atenuado, além do que o anticorpo também não foi detectado nos neonatos em questão. Igualmente, nenhum efeito adverso no desenvolvimento físico ou mental foi observado na prole durante o período de 3 a 4 anos em que durou o follow-up. Há um único relato de possível infecção congênita pela exposição materna à vacina no 1º trimestre (Tsai et als, J. Infect Dis 1993; 168: 1520-3), sem seqüelas aparentes ao neonato, porém, pelo fato do vírus da febre amarela ter neurotropismo pelo Sistema Nervoso Central em desenvolvimento, os autores consideraram que a vacina precisa ser evitada durante a gestação.

É recomendado que gestantes evitem viajar a áreas onde a febre amarela é endêmica, porém, se a viagem é inevitável, a vacinação é recomendada pelo fato da mortalidade e morbidade desta doença ser significante.

Um estudo realizado no Brasil em 2007, avalia uma população de 304 recém nascidos, cujas mães receberam a vacina da febre amarela exposta na gravidez,  relatando um risco de malformações maiores de 3,3%. A conclusão do estudo é que a imunização com a vacina para febre amarela não aumenta o risco de malformações maiores.